O setor da segurança privada é composto por mais de 100 empresas. A crise
trouxe com ela problemas de dumpig. As associações do setor alertam para
que “o preço não é tudo”.
O aumento da insegurança e da criminalidade relacionado com a crise tem
alertado os cidadãos para a necessidade de se protegerem mais. Ainda assim o setor sente alguma retração
motivada por essa mesma crise, apesar do crescimento do número de empresas registadas.
A segurança privada apresenta um volume de negócios anual de perto de 800 milhões de euros, empregando
41 mil vigilantes e outros 5000 funcionários, adianta a Associação Nacional das Empresas de Segurança
(AESIRF). Por seu lado, a Associação de Empresas de Segurança (AES), citando o mais recente relatório de
segurança privada, diz que existem 112 empresas no mercado. Neste mesmo documento, registou-se um
aumento do número de autorizações concedidas a empresas para a atividade de segurança privada.
O secretário-geral da AESIRF, António Silveira Malheiro, explica: “90% do mercado pertence a não mais de
oito empresas”. A AESIRF representa uma boa parte das grandes e médias empresas de capital nacional. Por
seu lado, a AES representa 8 empresas de segurança privada, que valem, “mais de 50% da faturação do
setor”. Bárbara Marinho e Pinto, secretária-geral da AES explica que “o setor tem ganho importância e
presença numa parte significativa da sociedade”. Destaca que “as empresas de segurança privada têm vindo
a apostar mais em soluções criativas capazes de se ajustar às necessidades de cada cliente”.
Quanto ao impacto da crise, o secretário-geral da AESIRF explica que “embora a imagem seja de
crescimento”, a segurança “defronta grandes desafios tendo-se verificado uma retração do mercado com
diminuição de serviços e faturação”. O setor está a braços com a revisão da legislação regulamentadora da
segurança privada que está em apreciação pelo Conselho de Segurança Privada, como explica António
Malheiro.
A AES acrescenta que a crise económica e financeira tem provocado o aumento das situações de “dumping
social”. Bárbara Marinho e Pinto salienta: “infelizmente muitas empresas que não cumprem com as
condições mínimas legalmente exigidas para o exercício da atividade viram na crise uma oportunidade (…)
propondo preços abaixo dos custos (…) só possíveis, porque incumprem alguma ou algumas das inúmeras
vinculações legais”. Bárbara Marinho e Pinto acentua a necessidade de mudar mentalidades e assevera “tem
que deixar de ser possível contratar serviços de segurança a preço inferior ao custo”. António Malheiro
salienta “que é importantíssimo que os cidadãos procurem garantir a segurança dos bens e a sua
integridade, o que só com soluções profissionais de qualidade se pode atingir”. E frisa: “o setor é composto
por grandes e pequenas empresas, boas e más. O importante é verificar a qualidade antes de escolher”.